Atualmente símbolo do movimento feminista, a imagem de uma
trabalhadora mostrando sua força sob a mensagem de “We Can Do It” é uma das dez
imagens mais solicitadas à Administração dos Arquivos e Registros Nacionais dos
Estados Unidos e está presente em camisetas, tatuagens, bolsas e decorações.
A imagem foi criada em 1943 e em nada tinha relação com o
movimento feminista. We Can Do It foi originalmente produzida como uma
propaganda de guerra dos Estados Unidos, obra de J. Howard Miller para a
fábrica Westinghouse Eletric Corporation, com a intenção de estimular as
mulheres americanas a trabalharem durante a Segunda Guerra Mundial, atraindo-as
para o mercado de trabalho durante o período do conflito.
A figura que
representa a imagem é a personagem fictícia chamada Rosie The Riveter, ou Rosie
a Rebitadeira e que passava a imagem de uma mulher modelo, trabalhadora, leal,
eficiente e patriota. Rosie de Riveter ficou conhecida um ano antes, em 1942,
através de uma canção de mesmo nome. Mesmo sendo uma personagem criada, a
imagem de We Can Do It é inspirada na fotografia da operária americana Naomi
Parker Fraley, referência de mulher trabalhadora durante a segunda grande
guerra.
A tentativa de estimular o público feminino deu certo: em 1890, as mulheres representavam 17% da mão de obra no mercado do trabalho e em 1944, o número passava dos 35%. No entanto, recordam os historiadores sobre o período, a propaganda não durou muito tempo. Quando a guerra acabou, muitas indústrias forçaram as mulheres a abandonar seus empregos para o retorno dos veteranos.
Símbolo de Luta e Resistência Feminina
No pós-guerra, a imagem da mulher que usava um lenço de
bolinhas nos cabelos enquanto trabalhava foi esquecida e recuperada somente
décadas depois, quando passou a ser utilizada com outro viés. A partir de 1980,
a ilustração foi ressignificada pelo movimento feminista de Segunda Onda para
promover o empoderamento feminino e questões políticas voltadas às mulheres.
Desde então,
a imagem do We Can Do It passou a ser símbolo de luta e resistência feminina.
Em 1994, a ilustração foi capa da revista Smithsonian
e transformada em selo americano de primeira classe em 1999. A partir de 1998,
foi utilizada como material de campanha política e, em 2010, foi utilizada como
releitura em comemoração a primeira mulher a se tornar ministra na Austrália.